Toda empresa, produto ou serviço possui semântica. Uma espécie de DNA, no qual parte é herdado da indústria no qual ele está inserido, e parte é pessoal e intransferível.
Ao decupar os temas e sub-temas contidos no jogo de palavras é possível identificar padrões que auxiliarão nos rumos da comunicação.
The Semantic Tree
Elon Musk uma vez perguntado sobre como ele conseguia adquirir tanto conhecimento em um curto espaço de tempo e ainda não desperdiçá-lo, respondeu (em tradução livre) que é importante enxergar o conhecimento como uma espécie de árvore semântica, identificando com clareza os princípios fundamentais (tronco, galhos) antes de seguir diretamente para os detalhes (folhas), porque senão não há como sustentá-los.
Eu sou fã desse modelo mental. Já o aplico faz alguns anos e ele serviu de inspiração para o desenvolvimento de uma metodologia que ajuda a entender o significado de uma empresa, produto ou serviço, e como organizar e sustentar a produção de conteúdo de maneira conectada aos objetivos estratégicos.
“..é importante enxergar o conhecimento como uma espécie de árvore semântica, identificando com clareza os princípios fundamentais (tronco, galhos) antes de seguir diretamente para os detalhes (folhas), porque senão não há como sustentá-los.”
Identificando as raízes, o tronco e os galhos
Entender o que é macro, o que é micro, qual o devido esforço a ser empregado e qual momento para se dedicar a cada assunto não é tarefa simples e tira o sono de muita gente. Identificamos 6 etapas chaves nesse processo de entendimento dos significados:
1) IDENTIFICAR, onde se define tudo que vai drivear a comunicação: o target, o(s) objetivo(s), realiza-se um discovery de palavras e mapea-se os canais de comunicação (plataformas) que serão utilizados. 2) HIERARQUIZAR, onde a árvore semântica de temas e seus sub-temas ganha forma. 3) CLASSIFICAR, momento que é preciso classificar o conteúdo organizado de acordo com os objetivos definidos. 4) PRODUZIR, mãos à obra para produzir o conteúdo já estruturado com clareza sobre os formatos e as linguagens necessários. 5) DISTRIBUIR, escoar a produção através das plataformas mapeadas. 6) MEDIR, avaliar o desempenho da produção. Para poder ser o mais assertivo possível na avaliação e promover as regulagens necessárias, é importante sempre levar em consideração o conjunto de fatores: relevância do tema, o formato, a linguagem e a plataforma.
Para a árvore semântica dar frutos vai depender da quantidade de energia empregada ao longo da cadeia. Identificar claramente a sua estratégia cria o mecanismo de proteção contra o sedutor efeito manada nas mídias sociais e no marketing digital. A razão do investimento de qualquer esforço em produção de conteúdo precisa estar justificada a um objetivo.
Os pilares da narrativa
Não basta organizar. Para usar com consciência é preciso classificar. Um conteúdo não classificado pode atrapalhar mais do que ajudar se não obtiver critérios bem estabelecidos de acordo com os objetivos que se deseja atingir.
É nesse contexto que é importante determinar sob quais pilares a narrativa estará ancorada. Ela tem o papel de um hub semântico que conecta os objetivos, os temas e as plataformas.
As plataformas são meios e têm como função fazer chegar ao seu público a mensagem que a você deseja transmitir, e não o contrário. O erro mais comum quando se desenha um calendário de publicação de conteúdo é pensar nas resultantes como ponto de partida, invertendo os fins com os meios.
É importante determinar sob quais pilares a narrativa estará ancorada. Ela tem a função de hub semântico conectando os objetivos, os temas e as plataformas.
O protagonismo da Estratégia
Em meio à tanta incerteza sobre o futuro que a maior crise de confiança vista pela nossa geração nos apresenta, pensar em investimento em comunicação demandará cada vez mais assertividade sobre uma pergunta chave: Por que comunicar?
Estressar o questionamento sobre a raiz do problema que a comunicação precisa resolver ajuda a ter clareza sobre o caminho a ser percorrido para geração de valor ao target. A falta de investimento no WHY gera ausência de respostas ao WHAT, WHERE, HOW, WHEN e WHO, resultando em desperdício de tempo, dinheiro e desmotivação do time.
Escassez demanda estratégia. E com as verbas cada vez mais enxutas e disputadas, estará mais bem posicionado o gestor que compreender que investir em estratégia passa a ser mandatório como mecanismo garantidor para a tomada de decisão.